Chegou o dia!
Depois de tanta viagem (cada cupão vermelho corresponde a uma viagem de ida e volta) aqui por terras Argelinas, chegou a hora de embarcar, mas desta feita a caminho de casa. Da minha casa e da minha família. Tava aqui a arrumar a secretária e achei piada a juntar para a posteridade todos estes cupões. Não me habilitam a nada, quanto muito a um dedo acusador por contribuir para o aquecimento global, mas se valessem milhas ou pontos já tinha tido direito a um rádio. No mínimo. Talvez até daqueles que têm rodas e portas e vidros, motor e dá para viajar neles. Desses mesmo que buzinam! Calculo que só em viagens internas aqui pela Argélia tenha feito uns 55.000kms de avião em menos de dois anos. Entre muitos, muitos mesmo atrasos, malas perdidas, confusões das mais variadas e episódios que vou guardar na memória para todo o sempre, nunca me deixaram em terra. Cheguei a esperar 9 horas pelo mesmo avião, mas veio, sempre.
Air Algerie em Português quer dizer, “Avião Atrasado” eheheh
Manhana, hasta Madrid e después, Porto! Canieco!!! Ai caramba!
Agora compreendo os emigrantes, que esperam todo o ano para irem de volta a Portugal. Uma ansiedade coloca-nos em transe nos últimos momentos antes e durante a viagem. Á chegada, após um bom bocado de termos chegado, quando já tivermos visto e abraçado toda a gente, naquele momento que mais parece um sonho, é que se dá a viragem é que damos conta que é mesmo verdade e dizemos: “agora sim estou em casa!”
Nos últimos dois anos, vivi esta situação uma boa vintena de vezes, e de cada vez, acho que perdi uns dez anos de vida. Acho que vou começar a fumar, desconfio que não mata tanto. Ao menos o tradicional emigrante só passa por este martírio uma, máximo duas vezes por ano (mas e daí se calhar até nem se importava de passar o que eu passo).
Desta vez vai ser um bocadinho diferente porque não volto cá tão cedo. Que o Diabo seja surdo, mas se o Mourad, “a contratação da época” der bem conta do recado, e eu, ainda assim, passar umas boas horas ao telefone, acompanho o desenrolar da novela, mas de longe para parecer mais bonito.
Vai ser bom poder saborear um bom bacalhau, a sardinha assada no nosso primeiríssimo Santo António em Famalicão, o Lago dos Cisnes (finalmente o Lago dos Cisnes) no Coliseu do Porto, a despedida de solteiro do Carlitos (quem quer saber de casório mesmo eheheh), poder fazer fisioterapia ao pé, enfim, liberdade de fazer o que quiser, como quiser, onde quiser, LI-BER-DA-DE! Um verdadeiro binte-xinco-abrile mas em Junho eheheh
Sei lá, acho que vou cometer uma loucura e pedir, sei lá, um croissant misto no pão quente lá ao pé de casa. Ai fiambre… E depois estranho os kilos a mais, é a terceira vez que falo em comida num paragrafo (e eu nem falei na despedida de solteiro eheheh)
Vou então carregar o carro da matricula amarela com as malas cheias de Saudades, ensaiar o sotaque “avec” para impressionar (ah oui ahn!), ouvir a cassete pimba do emigrante, e vou partir, naquela estrada…
Chez moi.
30 maio, 2007
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2 comentários:
Nunca mais são 19h30!!! 8) Boa viagem!!!
Olá primo!!! Antes de mais bem vindo de novo, a terras Lusas! Que são, sem sombra de dúvida as melhores do mundo...lol Não concordas?Pelo que percebi vais ficar por cá...portanto, espero que seja desta que nos vamos encontrar para comer o geladinho no sitio do costume...Fico à espera do encontro....Beijinho grande.
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